A DeWolff, criada em 2010 na Holanda, pelos irmãos Pim (guitarra e vocais) e Robin de Wolff (bateria e vocais), precisou de nove discos antes de Muscle Shoals para deixar a prateleira de uma banda boa, porém comum (embora as elétricas performances ao vivo sempre tenha sido marcadas por uma sonoridade única, rica em improvisações e jams), para se juntar ao grupo dos nomes que tanto a influenciam – do hard rock do Deep Purple ao southern rock do Lynyrd Skynyrd, chegando ao psicodelismo dos 60.
Sim, Muscle Shoals é um disco com um nível realmente alto, com duas canções que entram facilmente numa lista rara de 10 melhores do ano, no rock de todos os estilos. São elas: “Out on the Town”, quando o Purple fica ainda mais melódico com um arranjo matador calcado numa sonoridade empolgante do lendário órgão Hammond. “Snowbird” tem uma profunda atmosfera soul com uma história musical muito bem contada na qual o ápice é fusão com uma linda passagem jazzy. É música em alta qualidade.
O disco, vale dizer, foi gravado nos lendários estúdios FAME e Muscle Shoals Sound Studios, no Alabama, e parece ter cravado no seu DNA a rica herança musical desses locais, conhecidos por trabalhos com artistas como Aretha Franklin e The Rolling Stones.
Enfim, se você pensa que o rock’n’soul está morto, ele ressucita aqui.